Chapada dos Guimarães

A chapada dos Guimarães é um parque nacional localizado no estado de Mato Grosso, centro-oeste do Brasil. Apesar de não ser tão famosa quanto a Chapada dos Veadeiros ou Diamantina, vale muito à pena se conhecer. Na minha visão é uma versão 'compacta' das chapadas, podendo ser visitada num feriado prolongado, com três dias inteiros para o passeio. Se quiser maximizar o aéreo comprado, e tiver tempo sobrando, dá para passar mais dois dias na região de Nobres (que dizem ser a Bonito do Mato Grosso, andes do boom turístico).
Os paredões de arenito da Chapada dos Guimarães, vistos da Cidade de Pedra
Eu visitei a região em abril de 2014, quando consegui emendar o feriado de Tiradentes com o de São Jorge. Foram 6 dias para aproveitar! Troquei 15 mil milhas Smiles para a passagem ida/volta, Rio-Cuiabá. No aeroporto mesmo, aluguei um carro, sendo essa a melhor forma de se locomover por lá. A cidade de Chapada dos Guimarães fica a uma hora de Cuiabá, em uma estrada bem asfaltada. A pousada que eu havia reservado com super antecedência, na semana da viagem, me mandou um email dizendo que o valor passado estava errado, que não tinha dado conta que era feriado...Precisei cancelar essa reserva e tentar achar uma de última hora, que acabou saindo até mais barato! A última coisa reservada antes de ir foi a guia. Contratei a Márcia (marcinhaguia@gmail.com, 65 9241-7585), e ela me atendeu satisfatoriamente. Para fazer boa parte dos passeios em Guimarães você precisará ir acompanhado de um guia credenciado, não há outra forma. Por isso mesmo você também precisará de um carro, pois a maioria não tem, ou você pagará mais caro...
Um dos mirantes no Circuito das Cachoeiras
Cheguei em Cuiabá em torno de uma da manhã. Peguei o carro, um celta, na Express Rent, e já segui para a Chapada, usando o google maps para me indicar o caminho. Chegamos rapidamente, sem trânsito aquela hora. Tinha avisado na pousada Portal da Chapada que chegaria de madrugada. Ao chegar, já fui atendida e apresentada ao quarto, partindo para o soninho bem vindo. No dia seguinte, encontraria a Márcia na praça principal. Tomei café e partiu praça. Comprei os lanches e água para passar o dia. Me juntei a um grupo maior, que me acompanharia pelos passeios dos três dias em Guimarães: Circuito das Cachoeiras, Circuito das Cavernas, Vale do Rio Claro e Cidade de Pedra. Todas essas atrações (com exceção das cavernas, que é propriedade particular) são obrigatórios a presença de condutor credenciado e agendamento prévio, que é feito pelo guia junto ao parque. 
Pinturas rupestres na trilha do Circuito das Cachoeiras

Circuito das Cachoeiras

O circuito é formado pelas águas do córrego Independência, que desce pelo cerrado formando sete cachoeiras: Independência (fechada para banho), andorinhas, prainha, degrau, pulo, sonrisal e 7 de setembro. As trilhas do circuito não apresentam grandes dificuldades, exceto pela sua extensão (aproximadamente 6 km ida e volta), no calor do cerrado.
Cachoeira das andorinhas

Prainha

Cachoeira 7 de setembro
No fim do circuito, visitamos a Casa de Pedra, uma gruta de arenito esculpida pelo córrego Independência. Conta a história que este lugar serviu de abrigo aos homens da Coluna Prestes durante sua viagem pelos sertões do Brasil.
Casa de pedra
A última parada foi no Morro dos Ventos, onde há um restaurante e um mirante para os paredões de arenito. O almojanta foi delicioso, composto de peixe do morro mais uma limonada suiça, coroado por um belo pôr-do-sol. 
Morro dos ventos e o arco-íris

Queda d'água no morro dos ventos

Fim do primeiro dia na chapada

Circuito das Cavernas e Centro Geodésico

No segundo dia, fomos para a fazenda Água Fria, onde está localizada a Caverna Kiogo Brado, a Gruta da Lagoa Azul e a Caverna Aroe Jari. Querendo evitar as multidões, visitamos primeiro a caverna Kiogo Brado. No caminho, paramos na gruta azul e na pedra do equilíbrio. A kiogo foi a última caverna aberta para visitação, podendo andar dentro del até o outro lado. Ali, paramos e tivemos um tempo para o lanche. 
Ponte de pedra, na fazenda água fria

Chuveirinho, sempre presente no cerrado
Depois, seguimos para a caverna Aroe Jari, uma caverna muito grande. Andamos no meio da escuridão, escutando o seu silêncio e os morcegos que ali habitam. Momento único. Na saída da fazenda, paramos na Cachoeira do Alméscar, que fica na parte de fora da fazenda, logo no estacionamento.
Pedra do Equilíbrio
Gruta azul

Caverna Kiogo Brado, que mais parece o Homer...rsrs
Já era fim do dia, mas ainda dava tempo de aproveitar os últimos minutos do pôr-do-sol no Centro Geodésico. Naquele mirante, dizem que é o ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico. Como já ouvi de vários centros geodésicos por aí, não coloco a minha mão no fogo...rsrs. Mas vale a pena a visita, pois o visual é incrível.
Caverna Aroe Jari
Morcegos na caverna Aroe Jari

De volta à cidade, fizemos o almojanta numa pensão de uma conhecida da Márcia, que havíamos reservado mais cedo. Comida caseira, gostosa e barata! Ainda tivemos pudim de sobremesa. Depois, voltei à pousada e descansar para o dia seguinte.
Centro geodésico

Vale do Rio Claro, Véu de Noiva e Cidade de Pedra

Como sempre, começamos cedo. Dessa vez, os passeios precisavam de um carro 4x4. Iniciamos no Vale do Rio Claro, local cercado pelos paredões vermelhos de arenito da chapada. Subimos a crista do galo, por uma trilha curta e de baixa dificuldade.
Entrando no vale do rio claro
A crista de Galo
Nos refrescamos no poço das antas e fizemos uma mini flutuação pelo rio encantado, até o poço verde. Neste último, é possível fica pulando das árvores para o poço para que se sentir mais aventureiro.
Poço das antas
Poço verde
Na estrada de retorno à cidade, paramos na Cachoeira Véu de Noiva, o cartão-postal da Chapada dos Guimarães. A trilha não apresenta dificuldades, sendo a maior parte em rampa de madeira. Depois, paramos numa pamonheira rapidamente para um lanche, pois ainda faltava o ápice dessa viagem, a Cidade de Pedra.
Cachoeira véu de noiva
A estrada para lá é toda em areia, sendo necessário o carro 4x4. No meio do caminho, encontramos a 'casa' de duas corujas buraqueiras. Estacionamos o carro no local permitido, e continuamos pela trilha, já interagindo com as 'esculturas' naturais. O final da trilha é para um mirante sensacional, onde se vê todo o vale do rio claro de cima, além dos paredões. Pudemos ver também um urubu-rei e um casal de araras vermelhas passeando. Não há palavras para descrever esse lugar.
Paparazzi de coruja
Totens na cidade de pedra
Depois desses três dias intensos, me despedi do grupo e da Márcia. Era hora de seguir viagem, rumo a Nobres, a Bonito do Mato Grosso, onde ficaria os dois dias seguintes. Essa história vocês acompanharão no próximo post...
Mirante da cidade de pedra e a galera que me acompanhou por esses três dias

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