Um dos lugares mais diferentes que me deparei durante as minhas pesquisas sobre a França foi o Mont de Saint-Michel, que é uma “ilha” rochosa na foz do Rio Couesnon, onde foi construído uma abadia. Crê-se que a história da abadia do monte Saint-Michel começou em 708, quando Aubert, bispo de Avranches, mandou construir no monte Tombe um santuário em honra a São Miguel Arcanjo (Saint-Michel). No século X os monges beneditinos instalaram-se na abadia e uma pequena vila foi-se formando aos seus pés. Durante a Guerra dos Cem Anos, entre França e Inglaterra, o Monte Saint-Michel foi uma fortaleza inexpugnável, resistindo a todas as tentativas inglesas de tomá-la e constituindo-se, assim, em símbolo da identidade nacional francesa. Após a dissolução das ordens religiosas citadas pela Revolução Francesa de 1789 até 1863 o Monte foi utilizado como prisão. (Tirado do Wikipedea) O interessante é que na época de maré alta, o seu entorno se alaga, tornando o monte uma ilha.
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Chegando ao Mont de Saint Michel (olha o vento e nariz vermelho...rsrs) |
Normalmente as pessoas fazem um bate e volta para conhece-lo, já que a viagem dá em torno de 3 horas o trecho (graças ao TGV). Li recomendações para dormir dentro da cidade, e assim o fiz. Já tinha reservado a pousada (La Mere Poulard) pela internet, uma casa histórica, bem preservada dentro dos muros. Engraçado que a decoração parece dos anos 20, com uma parede com quadros de ‘celebridades’ que passaram por ali (Incluindo Paulo Coelho).
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Entrada da cidade |
Como cheguei até lá? Fui a uma loja dos trens da França (www.sncf.com), e pedi os ingressos de ida e volta para o Mont! Já vem o pacote completo com o TGV e o ônibus. Pegamos o primeiro trem do dia 02/01.Para chegar à estação do TGV, pegamos o metro, que possui uma conexão com a estação Gare Montparnasse. Primeiro mundo é outra coisa. Perguntei a um guarda qual das plataformas era a minha e cheguei perguntando, no meu péssimo francês: Parlez vous anglais? O rapaz, solícito, já respondeu no bom inglês: Sure! Perguntei e ele rapidinho me explicou pra onde deveria ir. No vagão, tinha um lugar só para as malas, mas que ficava frente a porta e longe das poltronas. Como estava só com a minha mochila, coloquei na prateleira em cima da minha poltrona e relaxei. O trem vai rápido, na janela é tudo um borrão, tirei uma boa soneca...hihi Duas horas depois, chegamos a Rennes, cidade onde pegaríamos o ônibus com destino ao Mont. A rodoviária fica do lado da estação do trem, sem erro. Mais uma hora no ônibus, numa imersão no interior de cidadezinhas medievais, chegamos ao nosso destino.
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As várias celebridades que passaram ali. Olhe o Paulo Coelho! |
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Hotel que fiquei |
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Cozinha do Mere Poulard. Os biscoitos são incríveis! |
Impressionante a vista e a quantidade de turistas orientais, que chegavam aos ônibus! Hahaha. Eles estão por todos os lados...Inclusive, tinham cartões postais em japonês (ou chinês, sei lá...). Fizemos o check-in na pousada, deixamos as mochilas e fomos dar uma volta na cidade. Ali, é basicamente um forte, com uma ruela principal, onde só cabem pedestres; não entram carros. Vc vai subindo e aproveitando as lojas de souvenires, uma capela com a estátua de Joana D’Arc, um museu medieval (que resolvi ir no dia seguinte, mas estava fechado) e vários restaurantes e lanchonetes. No fim da rua (ou da subida), se encontra o mosteiro de Saint Michel, que é um enorme museu aberto à visitação e seus jardins te inspiram a ficar ali relaxando, lendo e curtir o pôr-do-sol.
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Vista do restaurante. Será que é a bandeira do Pendragon? |
Após o reconhecimento da área, fomos almoçar em um dos restaurantes que tinha vista pra região alagada. Engraçado que tinha uma bandeira ao estilo de “Camelot”. Realmente me senti de volta a era medieval. Pedi um menu do dia, com direito a salada de salmão defumado de entrada, cozido rústico de cordeiro como prato principal e creme brulee de sobremesa. Para beber: sidra da casa. Sério, nunca comi tão bem em um lugar como na França.
Enrolamos um pouco, descansamos mais um pouco e já anoiteceu. Como era inverno, anoitecia cedo. Reservamos o jantar no próprio hotel, que foi o olho da cara (65 euros se não me engano, o menu completo), mas super gostoso. Antes de comer, demos uma volta na cidade pra ver a iluminação noturna: LINDA! Mas a cidade fica morta; quase tudo fechado, com exceção de poucos restaurantes. Mas a vista do castelo iluminado valeu muito a pena.
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Iluminação da cidade. Deu trabalho tirar uma foto sem estar tremida |
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Vista do topo da cidade |
Dia seguinte, fomos mosteiro de Saint Michel. É um enorme museu, com a vista incrível dos arredores. Isso tomou a nossa manhã. Coemos um crepe numa das lanchonetes, comprei a minha caneca de coleção e outras lembrancinhas e visitamos a capelinha que tinha a estátua da Joana D’Arc. A ideia era visitar o outro museu, mas era domingo e ele tava fechado. Restou comer mais. Fomos a um restaurante bem simpático, e dessa vez só pedimos um menu simples: salada de cogumelos de entrada e uma lasanha bolonhesa de prato principal. Para acompanhar, duas garrafas de vinho! É foi um almoço longo e me deixou tontinha, mas agora só restava matar o tempo até a saída do ônibus para voltar a Paris. Saindo do restaurante, no processo de colocar as várias camadas no lugar que já tinha virado ritual (coloca echarpe, luva, gorro, e sobretudo), começo a me tremer toda. Mas não sentia frio, só a tremedeira involuntária. Frank me viu e falou que aquilo era sinal de hipotermia. Nunca tinha sentido isso na vida. A gente parou numa cafeteria, eu fiquei debaixo do aquecedor e pedi um chocolate quente. Uns minutos depois tinha voltado ao normal. Só foi um susto. Horas depois já estávamos de volta a Paris, vivos e aquecidos!
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Estátua de São Miguel |
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