Sim! Atingi o objetivo de escrever logo depois da viagem. ;)
O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros está localizado em Goiás, podendo ser visitado a partir de três cidades: Alto Paraíso, São Jorge e Cavalcante. São Jorge é um distrito de Alto Paraíso e é o mais próximo da entrada do parque propriamente dita. Cavalcante fica mais longe de Brasília, sendo a cidade menos visitada. Eu montei a minha base em São Jorge, que é uma pequena vila perdida no cerrado. Você irá ver ETs, hippies, mochileiros de todos os tipos, gringos, hippies, etc, todos interessados em curtir o clima super agradável desse lugar. Após 1:30 de voo até Brasilia, pegamos o transfer até a locadora do carro. É a melhor opção para se chegar a São Jorge e fazer os passeios por lá. Setamos o GPS e rumo ao cerrado. Chegamos tranquilamente às 19 hs, fazendo o check-in na Pousada Água de Março (que é simples, mas limpinha) e já decidindo o que fazer no dia seguinte com o cara da pousada. Depois demos uma volta na cidade, compramos os mantimentos pras trilhas dos próximos dias no mercado e tiramos a poeira da estrada com uma cerveja bem gelada. Incrível que em pleno carnaval a lata custava apenas R$3,50. E ainda tinha showzinho de rock! Após uma conversa doida sobre estrelas, planetas, vida extraterrestre no retiramos para descansar e iniciar essa jornada.
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Totem na trilha dos cânions |
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Cânion 2 |
Após o café da manhã (em que eu sempre me entupo de bolo, ovo e cachorro quente, queria mudar, mas não consigo...rs), partimos rumo ao Parque Nacional, que fica a um quilômetro da nossa pousada. A entrada tava lotada de grupos aguardando os seus guias. Como iríamos fazer pela nossa conta, fomos direto ao balcão, pegamos o formulário e assistimos a um vídeo de 3 minutos, que explica como as trilhas estão marcadas. Formulário preenchido e assinado, entregamos ao guardo e partiu trilha. Escolhemos a trilha dos cânions, por ser a mais diferente disponível ali. Total de 10,2 km, ida e volta, numa trilha praticamente plana. Você vai interagindo com a vegetação típica do cerrado. A primeira parada foi no cânion 2 (o cânion 1 está fechado; dizem que abre no período da seca). Visual bem diferente. Muitas fotos depois, mergulhamos num poço mais acima do rio Preto. Devidamente relaxados, fomos rumo à Cachoeira das Cariocas, muito maneira. Pra descer a cachoeira, é um trecho íngreme, onde muita gente desistiu no meio do caminho. Saímos do parque eram 14:30.
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Cânions 2 |
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Cachoeira das cariocas |
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Vale da Lua |
Passamos na mercearia, bebemos uma cerva pra tirar a poeira e rumamos ao Vale da Lua. É parada obrigatória em Veadeiros. Visual único. Valor da entrada é de R$15,00 e funciona de 7:00 às 17:00. Umas 16:30 partimos para a barraca do Waldomiro, e comemos a sua famosa Matula. O PF custa R$20,00 e o comercial (come a vontade) R$30,00. Vc ainda pode ficar degustando os licores artesanais. De sobremesa vale a pena pedir os doces caseiros deles, com destaque para o de buriti. Voltando para São Jorge, paramos no mirante da Baleia na estrada. Cinco minutos depois admirando o morro da baleia e os buritis do Jardim de Maytrea, voltamos para a cidade e aproveitamos mais o showzinho de rock e o céu estrelado do cerrado, que é um espetáculo à parte.
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Matula do Waldomiro |
Dia seguinte, fomos à Cachoeira de Santa Bárbara. Aqui eu abro um parêntese: vc precisa pegar um avião, alugar um carro, caminhar, pegar carona no boia-fria e depois mais trilha pra chegar a essa cachoeira. Mas vale à pena. A água é de um azul que só se encontra nas áreas de chapada. Saímos de São Jorge às 9:00 em direção a Cavalcante; o ideal seria ter saído mais cedo pra evitar a fila dos guias, mas foi a hora que conseguimos sair. Andamos uns 127 km até o CAT de Cavalcante e pegamos as informações para chegar ao Engenho II, distrito onde está localizada a comunidade quilombola dos Kalungas, que são os responsáveis pela visita à cachoeira, com mais uns 20km de estrada de terra.
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Jardim de Maytrea e o Morro da Baleia |
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Poço de cima na cachoeira da Capivara |
Chegamos no CAT Kalunga em torno do meio-dia, uma confusão de pessoas sem guias, querendo ir pra cachoeira a qq custo. Conseguimos ficar na fila de espera para o segundo guia que chegasse, o que levou uns 20 minutos. Pagamos a entrada de R$10,00 e o guia seria pago no final (o valor é de R$50,00 pra até 5 pessoas; acima disso paga-se R$10,00 por pessoa, para um grupo de até 10 no total). Ali tinha uma lojinha com artesanato local, que não achei nada demais, e uma tenda vendendo biritas e dindin (vulgo sacolé ou geladinho). A primeira parada foi na cachoeira das capivaras, muito bonita. Possui um visual bem interessante da chapada, com uns poços para banho na parte de cima. Para ver a cachoeira de fato, precisa-se descer uma trilha íngreme por uns 10 minutos. Fizemos um lanche e partimos pra atração principal. O carro vai até certo ponto da estrada. Chegou em um lugar que precisava atravessar o rio e estava fundo; não resolvemos arriscar. Esperamos a camionete que faz o transporte até a trilha por R$5,00 o trecho. Teve uns carros de passeio que passaram, mas acho que eles não resistiriam muito tempo depois...Subimos no boia-fria e 5km depois chegamos na entrada da trilha. Aí era mais 1km tranquilo até a cachoeira. Estava muito lotada! Mas se vc tem disposição, vale a pena dar uma chegada. Na volta, paramos no Mirante da Nova Aurora, onde é possível ver o relevo típico da chapada. Á noite queríamos comer uma pizza no Papalua, barzinho com música ao vivo toda a noite e que sempre ta cheio, mas tinha uma fila considerável. Resolvemos ir na Capadócia, pizza à lenha de massa fininha, muito boa, da vontade de sempre comer mais.
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Cachoeira de Santa Bárbara |
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Cachoeira da Capivara |
Terceiro dia na Chapada, resolvemos fazer a Cachoeira do Segredo. São 16 km de trilha, ida e volta, atravessando o rio 14 vezes! (esqueça ficar com o pé seco; é bom ter um calçado extra, pq o que vc usar nesse dia ficará molhado) Como tinha chovido no dia anterior, ficamos com receio de não conseguir fazer essa trilha. Fomos na Agência Segredo, que informaram ser possível fazê-la, mas só com o guia, e que teria um grupo saindo às 9:00. Pagamos o valor de R$25,00 por pessoa para o guia e rumamos à cachoeira. A entrada da fazenda fica há uns 25 km em estrada de chão. Pagamos mais R$25,00 por pessoa de entrada na fazenda e partimos pra caminhada. A trilha é bem agradável, passando pelas águas cristalinas e esverdeadas do rio segredo. Depois de umas três horas chegamos ao ápice de toda essa aventura: a cachoeira é sensacional! Vc precisa ir. É a mais linda que já vi. Voltamos em torno das 14:00, com uma boa chuva na metade final da trilha. Serviu para levar embora o resto de negatividade que ainda podia estar ali. Á noite, fomos ao Santo Cerrado, uma risoteria com clima bem legal e música ao vivo nos fins de semana e feriados. Eu fiquei perturbando o feriado inteiro pelo arroz de pequi e finalmente tive a minha vontade saciada. Pedi um risoto de frango com chutney de manga e pequi. Para acompanhar foram duas garrafas de vinho... Foi um ótimo jantar para encerrar essa bela passagem pelo cerrado.
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Cachoeira do Segredo |
Na quarta-feira de cinzas, eu ainda queria fazer alguma coisa antes de voltar para a Brasília. Só que tinha chovido a noite toda e de manhã ainda tava chovendo. Logo, restou apenas a preguiça. Tomamos café tarde, arrumamos as coisas devagar e fizemos o checkout. Voltando, resolvemos dar uma volta em Alto Paraíso. Cidade maior, asfaltada, com discos voadores e ETS espalhados, mantendo o clima esotérico. Chegando em Brasília, um mega engarrafamento, aka volta da região dos lagos. E uma vontade imensa de fazer xixi...imagina a tensão. Tive que parar o carro no acostamento e recorrer à portaria de um condomínio para me aliviar, que sensação boa! Kkkkkk. Estávamos planejando almoçar no Plano Piloto, mas o engarrafamento não permitiu. Teve que ser um subway mesmo. Devolvemos o carro e fizemos o checkin no Base Concept Hotel, que fica no aeroporto de Brasília. Hotel executivo que estava em promoção no booking. Jantamos no sushi bar do hotel mesmo e assim nos preparamos para voltar ao Rio logo no início da manhã seguinte.
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