A controversa Budapeste

Antes de viajar, o que eu sabia de Budapeste era: capital da Hungria, leste europeu, barata pra caralh@ e lugar de festas alucinantes. Mal eu sabia o que me esperava lá...

Dia 21 – 20/05: Um lindo dia húngaro

Acordei e um belo sol estava me esperando lá fora. Desci da minha cama e tinha uma menina jogada na de baixo, pintada com um bigode! Bom, abstraí e fui ao mercado providenciar o café da manhã. Antes passei no câmbio e troquei 100 euros. Voltei ao hostel, paguei a hospedagem e deixei o depósito de 5000 HUF pela chave, peguei meu passaporte e parti pro parlamento. O Harry me respondeu dizendo que tinha marcado um walking tour pelo castelo. Avisei que ia ao parlamento e ficamos de nos encontrar depois.
Chegando no parlamento

Um vaso famosinho que não lembro o nome...rs
O parlamento era um pouco mais longe que eu pensei e cheguei lá em cima da hora. A minha sorte era que tava uma confusão para as pessoas passarem no detector de metais. Aí o meu grupo tava sendo chamado e ‘furei’ a fila. DICA: Compre o ingresso online; na hora só fica a disposição os que sobram. Eu achei muito interessante o interior, ricamente decorado. Também fica em exposição a coroa do império húngaro, já que ela pertence ao governo, e não ao rei. Na sala legislativa, tem várias pinturas da Sissi e seu marido (lembram do império austro-húngaro?). Recomendo muitíssimo esse passeio!
Lugar onde os parlamentares se reúnem
Saí dali e fui caminhando por trás do parlamento, na margem do Danúbio e em direção a Chain Bridge. Estava quente, e eu queria muito estar usando um short. Passei pelo monumento dos sapatos, onde judeus foram fuzilados sem sapatos naquele local. Dizem que o Danúbio ficou vermelho naquele dia. Atravessei a Chain Bridge e segui para o Castelo. Peguei um funicular porque não queria subir tantas escadas. Assim que saio, estava tendo a troca da guarda (aparentemente ela acontece a cada hora). Muito mais interessante que a troca de Praga.
Passeando na margem do danúbio atrás do parlamento. Castelo de Buda ao fundo

Monumento dos sapatos
Caminhei ali no entorno do castelo e optei por não entrar. A vista dali de cima é bem bonita. To andando distraída quando vejo um gringo de calça, camiseta e uma blusa de flanela por cima. Eu penso, caraca tinha que ser gringo sair todo coberto num calor desses. Me aproximo mais um pouco e era o Harry! Ele me diz que o Chippy tava no banheiro. Decido seguir conhecer a cidade com eles. Continuamos pelo lado de Buda, passando pelo Bastião dos Pescadores e Igreja de São Marcos. Ali tinha uma feirinha com uns artesanatos bem bonitinhos. Achei interessantes os canivetes tb. Comprei uma cerveja pra amenizar o calor rsrs.

Chain Bridge

Cerveja do 'Pelé' rsrs


Bastião dos pescadores
Já tinha passado a hora do almoço e fomos procurar algo pra comer. Descemos de Buda para uma região quase Peste rsrs. Achamos um restaurante bem legal. Pedi um porco apimentado que tava divino. Para acompanhar, cerveja! Hahaha. Dali, passamos no mercadinho para comprar mais cerveja. Andamos, nos perdemos. Achamos uma linda vista para o parlamento. Decidimos ir para o meu hostel e continuar bebendo lá. Chippie acaba falando que eles vão embora naquela noite para Zagreb e precisavam ir no hostel pegar as coisas deles. Bom, fiquei ali bebendo sozinha, fazer o que.

Mais cerveja!
Porco apimentado com batatas
Muito mais tarde, eles reaparecem. Harry tinha passado na pizzaria e eu pedi para ele trazer uma pra mim, o que ele fez rsrs. Decidimos ir ao Szimpla, um bar ruína bem famoso. Tomei vinho a menos de um euro! Deu a hora deles pegarem o trem. Nos despedimos, o que foi difícil pra mim. Segui em direção ao hostel, sem olhar para trás. Decidi que já estava encerrada aquela noite.

Custos:
Carpe Noctem Vitae Hostel HUF10500
Café da manhã (mercado) HUF310
Visita Parlamento HUF5200
Funicular HUF1200
Cerveja HUF550
Almoço com cerveja HUF2250
Noite no Szimpla HUF250

Dia 22 – 21/05: I’m on a boat, it’s going fast

Sobre as minhas impressões do hostel. Ele é bagunçado, tem mais staff do que hóspede. A galera que vai pra lá vai pra curtir as festas. Acordam bebendo e vão até cair. No início achei o banheiro sujo, mas depois ele tava sempre limpo. Não encontrei afinidades ali, mas ao menos consegui ir a festas qdo eu quis.
The weeping tree. Cada folha representa um judeu morto

A grande sinagoga

Acordo e o tempo está bem chuvoso e frio, refletindo o meu humor. Passo no mercado de novo para comprar um complemento do café e parto pra rua com chuva msm. Comecei pela Grande Sinagoga. Peguei o ingresso apenas para a sinagoga, mas há opção de visitar também o museu judeu e o tour guiado. Ela é bem grande e bonita. A mim passou um misto de tristeza e consolação, não sei explicar ao certo o sentimento. No jardim, tem mais de 20 covas coletivas, dos judeus assassinados durante o cerco ao gueto. Isso começou a despertar em mim a realidade das coisas naquela parte do globo. No final, passei por uma exposição de fotos daquela época.
A grande sinagoga


O jardim da Grande Sianagoga. Essas são as covas coletivas onde estão os judeus mortos durante o cerco do gueto.
Fui caminhando, debaixo de chuva mesmo, para a Basílica de São Estevão. Não há entrada, mas eles pedem uma doação para a igreja. O interior é bem luxuoso, com destaque para a estátua de São Estevão. Numa salinha mais ao fundo, é exposta a mão do santo, que se manteve ‘mumificada’ por todos esses anos! Creepy! Quando estou saindo, a chuva aperta mais um pouco. Aí sigo na peregrinação de entrar de loja em loja para me aquecer. Fiquei muito tempo na C&A passando tempo. Depois segui a rua em direção ao mercado central. De repente sou abordada por um vendedor, dizendo que ganhei o sabonete feito com lama do mar morto! Hahaha. E ficou insistindo para eu comprar um kit de polimento de unha, que custava 60 euros! O pior é que quase me convenceu.... Saí dali quase fugida rsrs
Basílica de São Estevão

A mão de São Estevão, ainda preservada
Você vai encontrar todas as especiarias possíveis no mercado central. Aproveitei e comprei açafrão, páprica doce e picante. Também tem artesanato, mas achei caro. Eu ia almoçar por ali, comer ‘autêntica’ comida de rua húngara, mas tb achei caro para comer em pé ainda. Decidi tentar a sorte num restaurante. Não me arrependi! Achei um menu típico num restaurante pomposo. Ainda me dei ao luxo de pedir vinho!
O mercado central
Voltei para o hostel e fiquei sabendo que a noite teria festa no barco pelo Danúbio. Topei e paguei a versão mais barata. Achei que não valia a pena pagar 2500 HUFs por uma garrafa de espumante. Resolvi ir aos banhos termais Szechenyi, que é a mais antiga e tem uma parte coberta e outra descoberta. Ali perto também tem o Castelo de Vajdahunyad, que o Harry havia me dito que era coisa pra turista ver. Então só fiquei lá nas piscinas quentinhas; parecia uma sopa de velhinhos hahaha. Existem armários para guardar a sua roupa e pertences. Levei só a minha toalha para as piscinas. Fiquei relaxando por quase duas horas, até quase fechar. Foi ótima a sensação daquela água quentinha depois de ter tomado chuva o dia todo.
O parlamento visto do rio danúbio à noite! <3
Na volta para o hostel, saquei 8000HUFs no caixa eletrônico e passei no mercado para comprar vinho. Foi apenas 1 euro! Fiz hora até a festa no barco, tomando o meu vinho e vendo a galera num jogo de biritas. Na hora de sair, o staff faz uma ‘cerimônia’. Inclusive um cara indiano tava usando calça de lycra dourada! Nesse momento conheci dois brasileiros que tinham acabado de chegar em Budapeste. Paramos num bar para continuar o esquenta. Conheci uns alemães, que ofereceram cervejas para mim hihi. Como ainda não tinha comido, aproveitei o kebab em frente ao bar e já garanti o sustento. No caminho para o porto, uma vontade gigante de fazer xixi (de novo!). Fui entrando em vários bares, mas nenhum deixou usar o banheiro, nem pagando (e dessa vez eu tinha dinheiro! Rsrs). Chegamos ao porto, mas tinha que esperar na fila. Avistei um restaurante, e um dos brasileiros se ofereceu para ir comigo. Entrei na cara dura, como se estivesse jantando ali; procurei o banheiro e continuei como se nada estranho estivesse acontecendo! Hahaha. O segundo melhor xixi da minha vida!!! Saí de boa, como se tudo estivesse normal...

O irlandês, o brasileiro e eu ostentando os espumantes

Assistir a cidade à noite é uma experiência à parte. Se tiver a oportunidade, contrate um passeio de barco à noite. É lindo ver as pontes iluminadas, o parlamento e o castelo de Buda. Mas, se tiver a oportunidade da fasta no barco, vá! Oportunidade única :D. Para incentivar a garotada, os guias falavam para toda vez que o barco passasse embaixo de uma ponte, todos tinham que se beijar. Nada como uma festa de barco no Danúbio para melhorar o humor...rs
Simplesmente feliz!


Custos:
Grande Sinagoga HUF3700
Basílica de São Estevão HUF200
Banheiro HUF150
Mercado HUF400
Almoço HUF3885
Boat party HUF5000
Banhos Termais Szechenyi
Vinho HUF365
Kebab HUF690
Auxílio no transporte HUF200

Dia 23 – 22/05: Caindo a ficha

O dia continua chuvoso. Coloquei a minha capa e parti para a praça dos heróis. Ali do lado tem um prédio bonito, que não lembro o nome, mas só admirei por fora. Voltando para o hostel, passei na casa do Terror, que vale muito à pena. Aqui você conhece a história da Hungria durante as ocupações nazistas e socialistas, tendo inclusive um tanque dentro do prédio. Aliás, o prédio serviu de base para o governo nazista e socialista, onde ocorreram torturas, prisões, mortes. É chocante, mas nos esclarece o quão aquele povo sofreu com os dois governos autoritários. Ao menos eu não tinha essa noção quando fui pra lá.
A praça dos heróis
Para falar a verdade, a minha ideia de Budapeste era ser um país barato, já que é do leste europeu, com festas históricas. Tem isso tb, e parece que a galera jovem vai lá só para isso. Mas é uma cidade muito rica historicamente, que sofreu bastante no século passado. E isso ainda me fascina, marcando a minha alma.
A casa do terror
Voltei para o hostel na hora do almoço. Combinei um shuttle para o aeroporto que sairia de madrugada. Nas sugestões do mural, acabei achando um restaurante tailandês. Nem pensei duas vezes e fui pra lá. O bom é que fui para uma área que ainda não havia caminhado. Comi um curry de porco com broto de feijão e cogumelos muito bom. Pra variar, cerveja. Rsrs. Depois voltei para arrumar a minha mochila.
Curry de porco com cogumelos e broto de feijão. Pra variar, cerveja.
Entro no quarto e houve mudanças da galera. Antes eram apenas meninas. Agora tinha praticamente homens. Conheço um chileno e seu amigo americano. Trocamos uma ideia e combinamos de ir no pubcrawl à noite. Fiz o checkout e peguei o valor do depósito, pois iria usar os florins a noite.
Eu tinha meu ingresso já comprado para a ópera. Assisti ao Fausto. DICA: Escolha ir a ópera em Budapeste; é bem mais barato que Viena. Em particular, achei essa ópera mais interessante tb (ao menos tinham legendas em inglês). O prédio tb é mais bonito. E aqui dei sorte. Comprei o meu ingresso de 1 euro e o lugar era até maneiro. Mas tinha uma senhora que tava no lugar da bancada; a sua amiga acabou não indo e me chamou pra ocupar o lugar! Muito amor <3
Ópera Estatal de Budapeste


A ópera por dentro

A vista do meu 'camarote'
A ópera acabou durando uma hora a mais que o previsto. Àquela hora, a galera do hostel já tinha saído pro pubcrawl. Eu sabia quais bares eles iriam, mas refleti; já tinha bebido a viagem toda; acho que vou é comer bem. E foi o que eu fiz. Fui num restaurante italiano que já estava namorando desde cedo. Pedi uma massa muito boa, acompanhada de um belo vinho tinto húngaro! Foi um ótimo fechamento daquele lugar. Voltei para o hostel, já que ia levantar dali a algumas horas.

Meu último jantar no leste europeu


Custos:
Café da manhã HUF115
Casa do terror HUF2000
Shuttle para o aeroporto HUF2500
Almoço Parazs Presszo HUF2500
Ópera Fausto HUF300
Jantar no Madalena Merlo HUF2550

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