Acordamos cedo. Esse era o nosso segundo dia em Huaraz. Como já tínhamos vindo de outros lugares altos (Cusco e Arequipa), já não sentimos os efeitos da altitude. Para ir à laguna 69, contratamos apenas o transporte; a trilha seria por nossa conta. Esta trilha é usada normalmente para aclimatação para quem vai fazer travessias na Cordillera Blanca.
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Laguna 69 |
No caminho, passamos pelo monumento de Yungay, cidade que foi totalmente destruída por um terremoto em 1970. O terremoto de grau 7.9 provocou uma avalanche gigantesca do Nevado Huascarán, soterrando a cidade. Chegamos à entrada do Parque Nacional de Huascarán, pagamos a entrada e já fomos visitando as Lagunas de Llaganuco (Chinancocha y Orconcocha). Aquele azul turquesa é único, mesmo com o tempo ruim. A van continuou pela estrada até Cebollapampa, a 3900msnm, onde a trilha se inicia. O motorista falou que ia ficar nos esperando, dando um tempo de 7 horas para irmos e voltarmos.
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Monumento à Yungay |
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Laguna de Llaganuco |
A trilha se inicia num campo, cercado pelos nevados, onde vacas e bois pastam. Por sinal, nunca vi tantos animais na trilha, em uma altitude mais elevada. Deu trabalho desviar dos seus 'presentes' espalhados pelo terreno. Seguimos as indicações e o caminho foi tranquilo de acompanhar. No começo, a trilha é plana, mas vai ganhando elevação, devagar primeiramente, depois a pirambeira não tem fim. Aí que sentimos realmente a altitude. Andava dois passos e o coração parecia que ia sair pela boca. Observando os espanhóis andando bem devagarinho, vi que ali era o segredo para se caminhar na altitude: reduzir o ritmo até que os batimentos cardíacos se normalizem. Depois que tive esse clique a caminhada fluiu bem melhor. Recomendo levar lanches bem energéticos (chocolates e castanhas), pois será necessário durante a trilha.
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Durante a trilha |
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Queda d'água resultante do degelo |
Quando chegamos à laguna, a imagem tomou todo o meu ser; esqueci todo o cansaço, frio e estava estasiada por tamanha beleza. Aquele lago super azul, rodeado por picos nevados era uma cena única na minha vida. Estávamos agora a 4650msnm. Depois do choque inicial, tiramos as nossas fotos e lanchamos os sanduíches que havíamos levado. O tempo começou a piorar e chuviscar. Decidimos voltar logo, antes que a chuva aumentasse. Mas não teve muito jeito, ela nos pegou no meio do caminho. Chegamos na van, ensopados e felizes. Esperamos os outros voltarem para fazermos o caminho de volta.
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Finalzinho da trilha, chegando na laguna 69 |
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Laguna 69 e uma das quedas de água de degelo |
No hotel, o taxista passou no nosso quarto para confirmar o passeio do dia seguinte. Tomamos banho para jantar, mas o Rafael capotou e só acordou no dia seguinte. André e eu saímos e achamos um restaurante bem legal, na avenida principal. Pedi uma massa deliciosa, acompanhada de uma cerveja artesanal que desceu muito bom (a Sierra Andina). Em seguida, o sono dos campeões, depois de um longo dia bem aproveitado.
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Como terminei a trilha, depois de toda chuva e vento |
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