Dia 17 - 16/05: O mundo dá voltas
Chego em Viena em torno das 7 da
manhã, com o dia ainda meio cinzento. Vou em direção a estação do metrô, na
intenção de comprar o ticket de 3 dias. Contudo, a máquina não tinha troco pra
50, e eu não tinha nota menor. Comprei apenas o trecho que ia usar. O hostel
tinha me dados as indicações de como chegar de metrô, então já sabia em qual
estação descer. O problema foi que ela ficava em um cruzamento de duas avenidas
gigantes! Depois de rodar uns 10 minutos, contar com o auxílio do gmaps,
finalmente achei a direção correta. Estou andando com aquele olhar perdido,
quando um senhor me aborda e pergunta se eu estava indo pro Ruthensteiner.
Falei que sim e ele disse que tava perto, dando uma última orientação.
Cheguei ao Hostel Ruthensteiner. Indico fortemente para quem for a Viena.
Quartos limpos, banheiro novo e limpo! Um bar legal, com um piano. Parece casa
de vó. Entro e escuto música brasileira.
O cara da recepção me fala que existem dois brasileiros trabalhando ali, mas
cabei não os encontrando. Fiz o checkin, mas só poderia entrar no quarto a
partir das 14. Tomei o café ali mesmo, pagando 2,90 euros por iogurte, cereal e
bebida quente. Guardei a minha mochila no locker e parti para o Palácio
Schonbrunn, a residência de verão dos Habsburgos.
Entrada no Schonbrunn |
Jardins e Gloriette ao fundo |
Esse palácio é considerado a
Versailles da Áustria. Eu acho um pouco forçado, mas não deixa de ser
bonito. DICA: Se você gosta de ver
castelos, compre o Sissi Ticket online; te economizará nas filas. O
interior do castelo é bem conservado, com bastante mobiliário. O áudio guia é
informativo, e é de graça. Depois, dei muitas voltas no jardim do castelo. Vale
à pena subir até o Gloriette e ter uma visão panorâmica de Viena.
Vista de Viena a partir do Gloriette |
Na volta para o hostel, comprei
um yakssoba no chinês da esquina para o almoço. Vou para o meu quarto e esbarro
com um cara ligado a 220V. Coincidentemente, ele entra no meu quarto 10 minutos
depois. Era o Eli, americano no início da sua trip de 3 meses. Também conheço a
Becky, outra americana, que tava deitada, se recuperando da noite anterior e de
sua estadia em Budapeste. Conversamos um pouco e eu parti para dar notícias a
família. Eles me perguntaram se eu queria acompanha-los a Stephenplatz e topei
na hora. Também se juntou a nós um londrino, que tinha ido a Viena para
assistir as disputas do Eurovision. Aproveite e comprei logo o meu ticket de
transporte; não queria passar o aperto de Praga.
Catedral de São Estevão |
Demos uma volta por ali e Eli e
Becky queriam um restaurante para almoçar (almojanta naquela hora!). Paramos
num restaurante chicoso para os meus padrões; eu só pedi um chope, para já
iniciar os trabalhos. Dali, fomos ao Hotel Sacher. Comi a famosa Sachertorte,
deliciosa! Voltamos para o hostel e curti o happy hour.
A famosa sachertorte! hummmm |
Foi nesse momento que descobri
que só tinham americanos naquele lugar! Acabei rodeada por americanos na mesa
do jardim! Conversamos sobre as várias diferenças entre o Brasil e EUA, até a
hora que o Eli chegou com uma caneca de 1L de breja! Aí ele começou a falar
sobre o judaísmo. A hora passou rápido, e a Becky veio me pergunta se eu não ia
me arrumar pra gente sair pra algum bar. Fui pro quarto e conheci as duas
canadenses, que estavam na sua última noite. Quando volto para o bar, meu olhar
se fixa no cara mais lindo que vi nessa viagem. Becky estava conversando com
eles e aproveitei pra me aproximar. Foi ali que conheci o Harry e o Chippie,
americanos de Boston.
Partimos para o Travel Shack, um pub perto do hostel.
Éramos umas 20 pessoas, sendo eu a única latino-americana. Havia uma promoção
de comprar uma rodada com 10 shots. Alguém pagou a primeira rodada. Depois foi
a vez dos shots flamejantes. Depois cerveja. Tinha uma galera na sinuca; outra
partiu para uma festa numa universidade. Eu permaneci por ali mesmo: o papo
tava bom, era perto dos hostel e o pé tava doendo. E imaginava que 24 horas
antes estava sem teto no metrô; agora tava tomando shots flamejantes com uma
galera good vibe. De fato, o mundo dá voltas... ;)
Custos:
Metrô EUR2,20
Café da manhã EUR2,90
Sissi Pass EUR28
Almoço EUR4
Hostel Ruthensteiner EUR50
Sachertorte EUR6
Noite no Travel Shack EU3,30Dia 18 – 17/05: Before Sunrise
Acordo no dia seguinte, cedo como
sempre. A galera no quarto estava praticamente ‘morta’. Tomei café no hostel
mesmo; tava com preguiça de ir ao mercado. Deixei um recado para a Becky e o
Eli com o meu whatsapp, pra gente marcar algo pra mais tarde. Hoje era dia do
Hofsburg, palácio de inverno da família imperial austríaca.
Hofsburg |
O engraçado de Viena é a alta
frequência da abordagem na rua para vc comprar tickets de ópera e concertos. E
os vendedores ficam caracterizados de Mozart! Em outros lugares do mundo vc é
abordado para comprar tours, bugigangas; ali eram óperas! Rsrs. De volta ao
palácio, a primeira ala visitada é a prataria real. Bonita, mas chega uma hora
que é entediante ficar vendo talheres e pratos hahaha. Depois, segui para uma
exposição sobre a Sissi. A imperatriz Elizabeth da Áustria (ou Sissi) é super
conhecida por lá, um símbolo nacional. Em tudo qto é lugar vc verá uma menção a
ela. Foi polêmica na sua época, por acabar se afastando da corte e fazer o que
lhe vinha a sua cabeça. Viajou o mundo, e tinha uma “casa de veraneio” na ilha
grega de Corfu (primeira vez que vi sua menção). O imperador Frederico era
super apaixonado por ela, e satisfazia todas as suas vontades. Foi assassinada,
o que a tornou famosa após a sua morte.
Uma das diversas pratarias expostas |
Dali, dei uma volta pelo
Volksgarten, de onde se tem uma bela vista do palácio. Dali fui em direção ao
Museum Quartier, onde tem uma estátua enorme da Maria Tereza, imperatriz mãe do
Rei Frederico. Caminhando sem rumo, acabei indo em direção ao Parlamento, que
tem uma estátua super bacana de Atena na frente. Depois foi a vez da Rathaus, a
prefeitura de Viena. Ali em frente tavam montando o palco para o Eurovision.
Museum Quartier e a estátua de Maria Thereza |
O parlamento de Viena e a estátua de Atena |
Voltei para o Hostel e encontrei
a Becky. Ela tinha que ir ao correio. Combinamos de nos encontrar às 15:30 na
Ópera e tentar comprar os standing seats. Enquanto isso, fui procurar umas
construções modernistas que tinha achado interessante, a Hundertwasserhauss. Peguei
o metro até a Landstrasse Mitte. O endereço da Hundertwasser Village é
Kosselgage 34. O prédio é colorido e muito fofo; na vila há várias lojinhas de
souvenir e 1 galeria de arte.
Hundertwasserhauss |
Como eu havia me perdido, eu já
estava atrasada para encontrar a Becky. Tentei apertar o passo (pé ainda
incomodando), e cheguei no local combinado as 15:45. Não consegui achá-la.
Fiquei dando volta em torno da ópera, quando a vejo. Conversamos rapidamente;
ela me pergunta se tinha visto um dos meninos e digo que não. Foi nesse momento
que ela fala: olha o Harry e sai andando. Demorei para processar a informação.
Aí eu vejo o Harry e o Chippie em frente ao metrô com um cara tentando vender
concerto. Trocamos uma ideia e eles ficaram de nos encontrar na ópera, pois o
Chippie precisava trocar de roupa (ele tava de bermuda e regata! :o). Entramos
na fila para comprar os nossos lugares. Pegamos uns dos últimos disponíveis, e
já sabia que eles não iam conseguir nos encontrar ali. Fomos rapidamente ao
subway comprar o almoço e voltar para a ópera, que ia começar em 20 minutos.
Ópera estatal de Viena |
O prédio da Ópera Estatal é bem
bonito. Você precisa deixar o seu casaco na chapelaria. Quando chegamos no
lugar designado, soubemos que as pessoas chegam cedo ali para guardar lugar.
Logo, os melhores já estavam ocupados. Nos arranjamos um cantinho e ficamos
esperando. Os Michigan Boys (uns garotos do hostel que tinha conhecido na noite
anterior) tb estavam ali. Ao começar a ópera, as portas são fechadas e as luzes
se pagam. Não entendi muito bem sobre o que era a ópera, pois era em alemão,
mas tinha uma mulher, dois caras e um lobo. A sala tava quente pacas, e ficar
em pé por uma hora cansa. Quando chegou o intervalo e as portas se abriram, eu
e Becky nos olhamos e partimos em comum acordo para o hostel.
Meu happy hour no hostel |
Enquanto esperava pela noite, fui
aproveitar o happy hour no bar e ler um pouco meu livro. Becky tava descansado;
troquei umas mensagens com o Harry que tava lavando roupa e iria me encontrar
ali depois. Após um breve momento de relaxamento, as pessoas foram surgindo, e
o nível alcoólico aumentando proporcionalmente. ‘Surgiram’ canecas de cerveja e
taças de vinho...rsrs. O resultado disso, fomos para o Prater, parque de
diversões que ficou famoso depois do filme Before Sunrise. Para os que não
conhece, segue a cena:
Foi aquele galerão descendo as
escadas do metrô; uma onda invadindo o parque que estava prestes a fechar. O
clima era de aproveitar cada minuto, pois no dia seguinte cada um iria seguir o
seu rumo. O mesmo clima que é transmitido no filme.
Galera invadindo o metrô! Foto tirada por Becky |
Chegando no Prater |
Fui em duas rodas gigantes,
incluindo a que foi usada para a filmagem, a Riesenrad. Depois dessa volta, o
parque estava definitivamente fechando. Me perdi do grupo, encontrando apenas o
Harry. Decidimos continuar perambulando pela cidade. Pegamos o metrô e fomos
para a Stephenplatz. Apostamos corrida na escada do metrô. Tentamos achar um
pub, ou estavam cheios demais, ou fechando. Paramos em frente a uma fonte na Franziskanerplatz. Ali ficamos conversando
sobre coisas aleatórias, até que a fome bateu. No caminho de volta ao hostel,
paramos numa barraquinha na rua, e pedi um sanduíche de falafel. Descobrimos
que a galera tinha voltado para o hostel, e a ‘festa’ estava continuando ali.
Mais uma noite para entrar na minha história!
Minha visão naquele momento da noite tava mais ou menos assim...rs Esta é a Paris Wheel |
Esta é a visão real da roda gigante! |
Custos:
Café da manhã EUR2,90
Ticket transporte de 3 dias EU16,50
Almoço
EUR3,49
Standing
seat na Ópera EUR4
Cerveja no hostel EUR2,30
(Continua...)
Comentários
Postar um comentário